17 março 18h00 FESTAS DE SÃO JOSÉ
SALÃO NOBRE DA CASA DO CAMPINO
CONCERTO COMEMORATIVO DO 78.º ANIVERSÁRIO DA ORQUESTRA TÍPICA SCALABITANA
No passado dia 17 de Março a Orquestra Típica Scalabitana, no concerto realizado no Salão Nobre da Casa do Campino, integrado nas Festas de São José, comemorou mais um ano de vida. 78 anos de atividade ininterrupta celebrados com a convidada “Celina da Piedade” com o Salão lotado.
Várias gerações de músicos, e vários maestros de reconhecido mérito a nível nacional, passaram pelo Orquestra sendo de reconhecer a qualidade do vasto historial de composições, de atuações por todo o território nacional bem como pelo mundo fora. Detentora de um património imaterial típico da nossa região que importa acarinhar, apoiar, preservar e divulgar, e desde 2017 sob a direção do Maestro Abílio Figueiredo, maestro que tem sido capaz de fazer a gestão artística da OTS, apresenta temas do seu vasto repertório com novos arranjos da sua autoria –, hoje, a nossa Orquestra, e nossa porque é de toda uma região que representa, um verdadeiro ex-libris de Santarém e do Ribatejo, está, mais uma vez, de parabéns!
Recordando o processo da sua constituição importa – para além do nome do Maestro António Gavino, para sempre gravado a letras de ouro no seu historial, autor da famosa “Marcha Ribatejana” – tendo imprimido à orquestra o seu cunho pessoal, a filosofia de um estilo, tendo conseguido a continuidade da música popular e regional do Ribatejo [LB] –, recordar também o homem que, em meados da década de 40, primeiramente lançou a ideia da formação de uma Orquestra Típica no seio do Orfeão Scalabitano. Esse homem foi Salvador Supardo, mas não tendo alcançado sucesso nessa tentativa, a ideia ficou no ar.
É então que António Máximo Gavino Simões do Couto, um entusiasta participante do Orfeão Scalabitano, com a ajuda do saudoso João Moreira, António Saraiva, José Luís, Eduardo Melo, conseguem de facto reunir um conjunto de músicos suficientemente consistente para proporem ao Orfeão Scalabitano, e por escrito, a formação de uma Orquestra Típica .
Aceite a proposta, a Orquestra ficou sob a direção do então Diretor Artístico do Orfeão, o Maestro Belo Marques, e António Gavino como seu maestro ensaiador. Status Quo que rapidamente se alterou dado o reconhecimento do trabalho desenvolvido e empenho demonstrado por António Gavino e pelos músicos, passando este a assumir a direção da Orquestra Típica do Orfeão Scalabitano.
Após os primeiros concertos (1947) volta Salvador Supardo a lançar nova ideia… A criação de um guarda roupa coerente com o repertório da Orquestra. Passando da ideia à prática, graças à generosidade de alguns lavradores ribatejanos que patrocinaram a aquisição e confeção desses trajes, ficou, assim, definida a imagem da Orquestra Típica – traje típico da região para repertório de cariz regional – estreado em 1948 no concerto em Aveiro durante o passeio anual do Orfeão Scalabitano.
Aquando da fusão do Orfeão Scalabitano com o Clube Literário Guilherme de Azevedo em 1954, cerca de 8 anos depois da sua formação, de secção do Orfeão Scalabitano transita também como secção, agora, do Círculo Cultural Scalabitano. Com essa fusão passou a denominar-se Orquestra Típica Scalabitana.
78 anos volvidos, concertos por todo o território português, incluindo a Região Autónoma da Madeira, actuações em Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Macau, Medalha de Ouro da Cidade de Santarém, no seu 50.º aniversário (1996) atribuída pela Câmara Municipal de Santarém, nove Maestros que deixaram a sua marca na OTS, mais dez edições discográficas(*), e a décima primeira a chegar, a Orquestra Típica Scalabitana continua viva e a tocar o nosso Ribatejo.
(*) Duas sob a designação Coral e Orquestra Típica Ribatejana, e restantes já Orquestra Típica Scalabitana.